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dezembro 12, 2017

Juros do rotativo sobem e alcançam 337,9% ao ano, diz Banco Central

A alta geral decorre no aumento para as pessoas que não custeiam nem o mínimo da conta (Hamilton Ferrari)

Os juros do rotativo do cartão de crédito aumentaram 5,5 pontos percentuais no mês de outubro e chegou a 337,9% ao ano. Houve uma queda de 6,2 pontos percentuais nas taxas para quem paga, pelo menos, o valor mínimo da fatura (rotativo regular), marcando 221,3% ao ano na modalidade. A alta geral decorre no aumento para as pessoas que não custeiam nem o mínimo da conta (não regular), subindo para 413,8% ao ano — alta de 14,4 pontos percentuais.

Os dados foram divulgados na manhã desta sexta (24/11) pelo Banco Central. Desde abril, o pagamento do rotativo do cartão de crédito mudou. As pessoas precisam quitar ou parcelar o valor da fatura no mês subsequente do não pagamento.

Com isso, os juros do cartão de crédito vem caindo. Antes da medida, o rotativo regular tinha juros de 431,1% ao ano, em março, caindo para 221,3% em outubro — uma queda de mais de 209 ponto percentual. Para quem não paga o valor mínimo da fatura, a taxa caiu de 549% para 413% no período.

No ano, a queda total foi de 244 ponto percentual, no caso do rotativo regular, e de 105 ponto percentual no não regular. Quando se observa o cenário geral do cartão de crédito, houve uma queda de 159 ponto percentual no período.

Apesar do recuo, os juros do parcelamento aumentaram, saindo de 158,2% em março para 167% no último mês, alta de 9 ponto percentual. A elevação ocorre porque mais pessoas estão precisando utilizar a modalidade, aumentando o risco. Apesar disso, as taxas são bem menores que a do cartão de crédito.

Os juros do cheque especial também aumentou em outubro, saindo de 321,3% para 323,7%, um acréscimo de 2,4 ponto percentual na comparação com setembro. No ano, porém, há uma queda de 4,9 ponto percentual.

Orçamento familiar
O endividamento das famílias teve uma leve queda de 0,1 ponto percentual, saindo de 41,5% em agosto para 41,4% em setembro. No ano, houve recuo de 0,6 ponto percentual. O comprometimento da renda também apresentou retração, saindo 20,6% para 20,5% no mesmo período — baixou 0,1 ponto percentual. Houve diminuição de 0,9 ponto percentual no acumulado dos nove primeiros meses.

Apesar disso, a inadimplência para as famílias se manteve em 3,9% pelo quarto mês consecutivo. Os atrasos nos pagamentos no sistema financeiro como um todo — pessoas físicas e jurídicas — também ficou estável, na marca de 3,6%.

Sistema financeiro
A taxa média de juros do sistema financeiro ficou em 27,4% ao ano — considerando as contratações com recursos livres (43,6% ao ano) e direcionados (9,8% ao ano). Para as pessoas físicas os juros ficaram, na média, em 34,2% ao ano, registrando uma alta de 0,3 ponto percentual em outubro e queda de 8,9 pontos percentuais no acumulado de 12 meses.

As operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,1% no mês de outubro e atingiu R$ 3,05 trilhões. No acumulado de 12 meses, caiu 1,4%. Segundo o relatório, destacaram as operações com pessoas físicas, que obtiveram alta de 0,7% no mês e de 5,6% em 12 meses, chegando a R$ 1,62 trilhão.

Fonte: Correio Braziliense