Gasto com tarifas de bancos cresce 150% em 10 anos e chega a R$ 427 por mês
As despesas dos brasileiros com serviços bancários, que levam em conta os gastos médios com tarifas e taxas, chegaram a 1% dos orçamentos familiares em 2017, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na faixa de maior renda da população urbana, o gasto é de R$ 427 por mês (1,6% do orçamento da família). Os números são de 2017, mas só foram divulgados agora pelo IBGE.
O gasto médio de 1% representa um crescimento de 150% em relação à pesquisa publicada em 2008, quando as despesas dos brasileiros com serviços bancários chegavam a 0,4% do orçamento das famílias. Os dados publicados pelo IBGE mostraram que esse percentual de gastos varia de acordo com a faixa de renda e se a família mora em uma área urbana ou rural. Os maiores gastos, como esperado, são dos mais ricos da área urbana.
No meio urbano, as famílias com menor renda, de até R$ 1.908, desembolsavam R$ 9,20 com tarifas e taxas bancárias, o equivalente a 0,6% dos orçamentos. Na maior faixa de renda, o percentual chegou a 1,6%, percentual que corresponde a R$ 427,38.
No meio rural, as famílias na menor faixa de renda gastavam 0,3% dos orçamentos com serviços bancários, o equivalente a R$ 4,16. E na maior faixa de renda o percentual chegou a 0,6%, percentual que corresponde a R$ 121,46.
Fintechs oferecem preços menores
Para Ricardo Rocha, professor da escola de negócios Insper, as famílias brasileiras estão mais atentas quanto à necessidade de buscar um equilíbrio entre o ganham e o que gastam. Apesar disso, ele afirmou que muitos não se dão conta do custo do pacote de serviços da conta bancária ou da tarifa de anuidade do cartão de crédito.
“Muitos não se dão conta de que gastam um valor considerável com a tarifa de manutenção da conta ou com a anuidade do cartão. E muitas fintechs têm visto um nicho de mercado para oferecer os mesmos serviços sem essas tarifas”, declarou.
Rocha também disse que é natural um gasto maior com tarifas e taxas nas famílias com maior renda. Segundo ele, essas pessoas procuram por serviços mais sofisticados e pagam para usar os pacotes e benefícios oferecidos pelas instituições financeiras.
“O importante é que o cliente bancário saiba pelo que ele está pagando. Se é possível reduzir o custo da tarifa, o cliente deve procurar o banco ou a fintech e buscar um desconto”, disse.
Fonte: UOL / CONTEC
(Por Antonio Temóteo)