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maio 20, 2019

Faltou trabalho para 28,3 milhões de pessoas no 1º trimestre, diz IBGE

A taxa da chamada subutilização da força de trabalho foi de 25% no primeiro trimestre do ano. Isso significa que faltou trabalho para 28,3 milhões de pessoas no Brasil, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O contingente de pessoas subutilizadas é recorde na série da Pnad Contínua, iniciada em 2012. O grupo reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego por motivos diversos.

O desemprego no país no período foi de 12,7%, em média. Foi a maior taxa de desemprego trimestral do país desde maio do ano passado (13,3%). O índice subiu em relação ao trimestre anterior (11,8%), mas caiu na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (13,7%).

Segundo o IBGE, o número de desempregados no Brasil nos três primeiros meses de 2019 foi de 13,4 milhões de pessoas. Em 14 das 27 unidades da federação, a taxa cresceu em relação ao trimestre anterior.

As maiores taxas foram:

Amapá (20,2%)
Bahia (18,3%)
Acre (18%)

As menores taxas foram:

Santa Catarina (7,2%)
Rio Grande do Sul (8%)
Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%)

“O que chama atenção é o perfil de dispersão generalizada da subutilização, que é recorde em todas as regiões”, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Além da taxa, é preciso observar a população subutilizada, que é recorde em 15 unidades da federação, cobrindo metade das regiões Norte e Nordeste e quase todo o Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Número de desalentados bate recorde
O número de pessoas que desistiram de procurar emprego também bateu recorde no primeiro trimestre. A chamada população desalentada chegou a 4,8 milhões. Desse total, 60,4% (2,9 milhões) estavam concentrados no Nordeste, de acordo com o IBGE.

Os maiores contingentes estavam na Bahia (768 mil pessoas) e no Maranhão (561 mil) e os menores, em Roraima (8 mil) e no Amapá (15 mil).

Mais mulheres desempregadas
Segundo a pesquisa, as mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar no Brasil (52,4%), mas também eram a maior parte (52,6%) da população desocupada. Enquanto o desemprego foi, em média, de 12,7% no país, entre as mulheres a taxa foi de 14,9%. Entre os homens, foi de 10,9%.

A situação dos jovens também é difícil. A taxa de desemprego entre os brasileiros com idade de 18 a 24 anos ficou em 27,3%, mais que o dobro da média nacional.

Taxa é maior entre pretos e pardos
A pesquisa mostrou ainda que, enquanto a taxa de desemprego dos que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional (12,7%), a dos pretos (16%) e a dos pardos (14,5%) ficaram acima.

No primeiro trimestre de 2019, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,2%) e pelos pretos (8,9%).

O uso do termo “preto” costuma ser criticado nas redes sociais como supostamente preconceituoso, mas é a terminologia oficial da pesquisa do IBGE. O grupo mais genérico de “negros” reúne as cores específicas, “preta” e “parda”, explica o IBGE.

Desemprego em 2018
O desemprego deu uma trégua no Brasil e fechou 2018 em queda, algo que não acontecia havia três anos. No ano passado, a taxa média de desocupação foi de 12,3%, queda de 0,4 ponto percentual em relação à de 2017 (12,7%).

Metodologia da pesquisa
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.

Fonte: UOL / CONTEC