BANCOS PRIVADOS – Bancários querem aumento real, direitos e empregos: Assembleia, dia 13, vai deliberar a pauta de reivindicações da categoria!
Bancários votam e aprovam a pauta de reivindicações da categoria. Assembleia, dia 13 de junho de 2024, das 19:00 horas até às 23:59 horas
Bancários de todo o país, reunidos na capital paulista, aprovaram, no ultimo domingo 9, a pauta de reivindicações da categoria, que será entregue à Fenaban (federação dos bancos) para dar início às mesas de negociação da Campanha Nacional 2024. Entre as prioridades estão: aumento real de 5%, manutenção dos direitos e defesa dos empregos. A 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro iniciou na sexta-feira 7 e encerrou-se neste domingo, reunindo 632 delegados de norte a sul do país.
Eixos da Campanha
Foi aprovado que a Campanha terá como eixos:
Aumento real e ampliação de direitos;
Fim do assédio e dos Instrumentos Adoecedores na Cobrança de Metas;
Representação de todos os Trabalhadores do Ramo Financeiro;
Defesa dos empregos, impactos dos avanços tecnológicos no trabalho bancário;
Redução da taxa de juros para induzir o crescimento econômico e geração de emprego e renda;
Reforma tributária: tributar os super ricos e ampliar a isenção do IR na PLR;
Fortalecimento das entidades sindicais e da negociação coletiva;
Ampliação da sindicalização;
Fortalecer o debate da importância das eleições de 2024 para a Classe Trabalhadora na defesa de seus direitos e da Democracia, eleger candidatos e candidatas que tenham compromisso com esta pauta.
Moção – Houve ainda a aprovação de uma moção pelo fim do genocídio cometido contra o povo palestino.
Consulta Nacional
Como em toda a Campanha dos Bancários, o debate e a construção da pauta de reivindicações toma como referência os dados coletados na Consulta Nacional à categoria. Os dados da consulta foram tabulados e apresentados na Conferência Nacional.
Este ano, foram ouvidos 46.824 bancários e bancárias de norte a sul do país, entre 17 de abril a 2 de junho, um número expressivo de participantes. A maioria das questões do formulário era de múltipla escolha, com possibilidade de apontar até três delas.
Para as cláusulas econômicas, as três principais prioridades apontadas foram: aumento real nos salários (93%), aumento na PLR (63%) e aumentos nos VA e VR (51%).
Já para as cláusulas sociais, as três maiores prioridades foram: a manutenção dos direitos (70%), do emprego (49%) e o combate ao assédio moral (45%). O percentual dos que apontaram o assédio aumentou em relação à consulta do ano passado: em 2023, foram 31%. Esse ponto mereceu destaque durante a apresentação dos dados e foi frisado como um sinal de alerta de que a luta contra o assédio moral, há anos travada pelo movimento sindical, é cada vez mais entendida como importante para a categoria.
Saúde
Ao responderem sobre os impactos da cobrança excessiva de metas, os bancários e bancárias apontaram que as três principais eram: preocupação constante com o trabalho (67%), cansaço e fadiga constantes (60%) e desânimo e vontade de não ir trabalhar (53%).
Foi perguntado se o bancário ou bancária havia usado remédios controlados (antidepressivos, ansiolíticos, estimulantes) nos últimos 12 meses e 39% responderam que sim, um percentual bastante alto, consequência do fato de os bancários serem uma das categorias que mais adoecem psiquicamente.
Outro dado importante da consulta foi sobre assédio sexual: 33,4% responderam já ter sofrido ou presenciado algum caso de assédio sexual em seu local de trabalho, ou seja, 1/3 dos participantes, o que demonstra o empenho acertado do movimento sindical ao discutir o problema na mesa com a Fenaban, com avanços já na CCT.
Quando questionados sobre quais medidas deveriam ser adotadas para um ambiente ético, cooperativo e respeitoso nos bancos, os participantes apontaram como as três principais: a definição das metas levando em consideração porte, região, perfil de clientes e número de empregados na unidade (51%); que as metas deveriam ser readequadas em caso de redução de funcionários (46%); e a maior participação dos bancários na definição das metas e dos mecanismos de sua aferição (38%).
Endividamento
A consulta deste ano incluiu questões sobre o endividamento da categoria e 71% disseram ter dívidas, um percentual alto e que se aproxima do percentual de endividamento das famílias brasileiras (78,8% segundo pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio).
Luta
Sobre o financiamento da luta para manutenção e conquistas de direitos, 92,4% acredita que deve ser responsabilidade de todos os bancários, pois todos se beneficiam das conquistas. Apenas 6,8% acreditam que somente sócios dos sindicatos devem financiar a luta.
A Consulta também questionou a forma preferida de participação nas assembleias: a grande maioria (87%) prefere participar por meio virtual/remoto, com votação por plataformas digitais na internet; apenas 12% prefere participar preferencialmente.
Reforma tributária e eleições
A categoria foi convidada a avaliar o grau de importância de alguns pontos referentes à reforma tributária e avaliou como:
Muito importante (85%) e importante (11%) a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda (IR) na PLR. Para apenas 2% é pouco importante e para 1% não tem importância;
Muito importante (74%) e importante (19%) a isenção do IR para quem recebe salário de até R$ 5 mil. Pouco importante para 4% e para 2% não tem importância;
Muito importante (69%) e importante (16%) a cobrança do imposto sobre grandes fortunas (pessoas físicas com riqueza acima de R$ 10 milhões). Para 8% é pouco importante e para 7% não tem importância.
Com relação às eleições municipais, 74% avaliam como muito importante eleger candidatas e candidatos comprometidos com as pautas dos trabalhadores para as prefeituras e câmaras municipais e 18% avaliam como importante. Apenas 4% avaliam como pouco importante e outros 4% avaliam que não tem importância.
Fonte: Federação dos bancários de SPMS