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fevereiro 13, 2020

Lucro do Banco do Brasil sobe 32,1% e atinge R$ 17,8 bi em 2019

No quarto trimestre, o lucro do banco foi de R$ 4,6 bilhões

O lucro líquido do Banco do Brasil alcançou 17,8 bilhões em 2019, avanço de 32,1% em relação ao ano anterior. No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 4,6 bilhões. O resultado veio em linha com as projeções do banco para o ano, de um crescimento entre R$ 16,5 bilhões e R$ 18,5 bilhões.

O banco havia revisado seu guidance (previsão de resultados) para 2019 no terceiro trimestre. O resultado reflete um aumento de 12,3% da margem financeira líquida (receitas com operações de crédito), que atingiu R$ 40,1 bilhões no ano.

Os ganhos do banco com tarifas e prestação de serviços atingiram R$ 29,2 bilhões, aumento de 6,4% ante 2018, puxados por consórcios, que cresceu 29,9%, pelas rendas com mercados de capitais, que avançaram 23,7% e pela receita com seguros, previdência e capitalização, que subiu 18%.

No terceiro trimestre, o presidente do banco público, Rubem Novaes, já havia sinalizado um maior foco na administração de recursos em prol de uma desaceleração nos créditos concedidos às grandes empresas. Na época, havia afirmado que o BB estava mais conservador no atacado e mais agressivo no quesito a crédito para pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas.

A carteira de crédito ampliada do BB —que também inclui títulos de valores mobiliários— atingiu R$ 699 bilhões em 2019, queda de 2,6%. O recuo foi puxado pela queda de 9% na carteira pessoa jurídica. Os empréstimos para pessoas físicas, cuja carteira responde por 28,2% do total, cresceu 9% em 2019.

Entre os saltos mais expressivos no crédito do banco para o varejo estão as linhas de empréstimo pessoal, com avanço de 45,2%, de crédito renegociado, alta de 19,2% e de crédito consignado, que subiu 14,3%. Cartão de crédito avançou 10,7% no período. Os empréstimos para grandes empresas ficaram em R$ 117,2 bilhões, queda de 24,6%. Já para micro, pequenas e médias empresas, a alta foi de 8,5%, para R$ 59,5 bilhões.

A inadimplência do banco ficou em 3,27%. Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (13), a alta de 0,74 ponto percentual em relação a 2018 foi por conta de um caso específico. A inadimplência média do sistema financeiro no período foi de 2,9%. O movimento corresponde, também, à estratégia baseada em forte crescimento no mercado de capitais como uma tentativa de compensar a maior demanda das grandes companhias pelo segmento, ante os prazos maiores e juros mais baixos.

Também no terceiro trimestre, Novaes já havia afirmado que buscava um parceiro internacional para a BB DDTVM. As apostas do mercado estão entre três grandes nomes do mercado: Blackrock, Franklin Templeton e Principal Financial Group.

A proposta de reforma estatutária da Cassi (Caixa de Assistência que administra o plano de saúde dos funcionários do BB), que já havia anunciado precisar de R$ 1,4 bilhão até este ano para compor as reservas exigidas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), trouxe impactos para as despesas de pessoal, segundo o banco. Esses gastos subiram 11,3% no quarto trimestre ante igual período de 2018, para R$ 5,5 bilhões. No ano, essas despesas atingiram R$ 20,2 bilhões.

Os resultados ficaram dentro das projeções feitas pelo BB para 2019. Para 2020, a expectativa de crescimento ficou em um intervalo entre R$ 18,5 bilhões e R$ 20,5 bilhões para o lucro líquido, de 5,5% a 8,5% para a carteira de crédito total, de 1% a 4% para rendas com prestação de serviços, e de 2% a 5% para a margem financeira bruta. O retorno sobre patrimônio líquido ajustado do BB ficou em 14,7%, aumento de 2,5 pontos percentuais em comparação a 2018.

Fonte: Folha.com / CONTEC