Delegados sindicais participam da 25ª Conferência Nacional dos bancários.
O Sindicato dos bancários de São José dos Campos e Região foi representado pela diretora Débora Ferreira Machado.
O Sindicato dos bancários de São José dos Campos e região participou, entre os dias 04 e 06 de agosto, da 25ª Conferência Nacional dos Bancários dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. O evento aconteceu em São Paulo, na Quadra dos Bancários e ressaltou o compromisso dos bancários com a Distribuição de Renda, Direitos, Emprego Decente e a Proteção ao Meio Ambiente.
A luta pela democracia foi fortalecida durante os três dias de programação, que teve como mote “Brasil Democrático, Sempre”.
O eventou contou com a participação de mais de 600 delegados de todo o país e a Federação dos Bancarios dos Estados de São Paulo e Mato Groso do Sul, participou com 55 representantes regionais.
Democracia é a vontade do povo
A unidade sindical abriu o evento com grito “Brasil Democrático, Sempre! Representantes fizeram o uso da palavra ressaltando a luta do movimento sindical pelo tema e a importância da continuidade da democracia para o desenvolvimento do país e a garantia dos direitos do trabalhador.
“Democracia é uma conquista, temos que defendê-la todos os dias, assim como todos os nossos direitos”, reforçou o presidente da Feeb SP/MS David Zaia durante abertura da Conferência. Zaia destacou a importância de fortalecer as defesas da categoria neste momento. “Colocar todas as bandeiras em pauta neste momento de governo democrático é fundamental, pois quando a gente se une em torno delas, a gente conquista, assim foi com o salário mínimo”, enfatizou.
A abertura contou com a exibição do vídeo enviado pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha. Além de elogiar as lutas da categoria, que historicamente atua de modo coletivo, o ministro destacou ações do governo Lula, como o início das reformas, a melhora do cenário econômico, o fortalecimento dos bancos públicos e a retomada do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
Regulamentação digital
A regulamentação das plataformas digitais e a inteligência artificial foram debatidas no segundo dia. Participaram da mesa o deputado Federal Orlando Silva, do PCdoB, relator do projeto de lei de combate às fake news, e o biólogo Átila Lamarino, autor do canal do youtube Nerdologia, que conta com mais de 3 milhões de inscritos.
Com relação à regulamentação das plataformas digitais, o deputado destacou que “é um tema em debate no mundo, não só no Brasil. O presidente Lula já falou diversas vezes sobre a necessidade da cooperação internacional do campo da regulamentação das plataformas digitais”. Para o deputado, a coleta e o tratamento de dados feitos hoje, além de não proteger o usuário, coloca em risco a soberania do país.
O pesquisador Atila Lamarino traçou um histórico que aponta as mudanças na inteligência artificial, desde o seu início. Atila mencionou o uso dos robôs que jogavam xadrez até o atual ChatGPT, que não para de evoluir. “Se antes a inteligência artificial tinha 50 áreas diferentes que avançavam por conta própria, hoje tem um único sistema que avança mais de 50 vezes, por todos os trabalhadores estarem trabalhando no mesmo sistema, unificando todas as áreas”, destacou o pesquisador. Sobre a Inteligência Artificial falou, também, sobre a relação com as coisas ser melhor que com os seres humanos, o que não significa que seja melhor em qualidade, mas em quantidade e velocidade. “A disputa do futuro é exatamente essa, o quanto a gente vai aceitar de medíocre e rápido, ao invés do demorado com qualidade”.
Reforma Tributária e Sistema Financeiro
O segundo dia do evento abordou os temas Reforma Tributária, prioridade do atual governo, e as Transformações no Mercado Financeiro.
O debate reforçou a importância do movimento sindical se mobilizar para conquistar a isenção para os mais pobres e menores rendas e tributação da riqueza e maiores alíquotas para altos salários. “O sistema tributário regressivo é aquele que arrecada proporcionalmente mais daqueles com menor renda. São focados na tributação de consumo. O sistema tributário progressivo, respeitando os princípios da legalidade, tributa proporcionalmente as pessoas com maior renda e riqueza”, explicou a economista e técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Rosângela Vieira dos Santos.
A quarta mesa da conferência foi sobre a constante mudança no sistema financeiro. O tema foi apresentado pelos economistas do Dieese, Vivian Machado e Gustavo Cavarzan.
Sobre as novas tecnologias como a inteligência artificial, Vivian Machado destacou como isso afeta a segurança do sistema financeiro. “O mundo está passando pela quarta revolução industrial, com fusão de tecnologias combinando as esferas física, digital e biológica”.
Um cenário do emprego no ramo financeiro foi traçado pelo economista Gustavo Cavarzan. De acordo com diagnóstico apresentado, desde a reforma trabalhista, o principal impacto foi no emprego, atingindo fortemente os bancários. “O setor financeiro passou por uma verdadeira reestruturação, com mudanças nas tecnologias, legislação trabalhista, regulamentação do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na política econômica do país e no papel dos bancos públicos, o que alterou drasticamente o modelo de negócios”, apresentou.
Pesquisa Nacional dos Bancários
No terceiro e último dia de Conferência, representantes dos bancários conferiram o resultado da Consulta Nacional dos Bancários, aplicada neste ano e respondida por quase 20 mil bancários, sendo 47% deles do Estado de São Paulo.
O secretário geral da Feeb SP/MS, Reginaldo Breda, representou a Feeb SP/MS no último dia de evento. “Nossa categoria é rotativa nos bancos privados e mais conservadora nos bancos públicos. A ferramenta vai nos mostrar o caminho e nortear a nossa agenda para a campanha salarial de 2024. Essa, talvez, seja a ferramenta mais importante que a gente tem hoje para poder dar continuidade ao nosso trabalho dentro das visitas feitas na base. Mesmo tendo uma integração com o bancário dentro dos locais de trabalho, nem sempre a gente consegue detectar o sentimento da nossa categoria. Questões exploradas como metas e política após a polarização a nível nacional dentro dos bancários, são maneiras de conhecermos a nossa categoria e atualizar para ter um trabalho mais eficaz”, destacou o representante que agradeceu o Dieese pela elaboração, os sindicatos pelo empenho e os bancários pela participação.