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junho 13, 2022

Consulta Nacional define prioridades da categoria para a Campanha Nacional 2022.

Entre as reivindicações prioritárias, reposição da inflação registrada entre os meses de setembro de 2021 a agosto deste ano, aumento real de 5% sobre os salários e demais cláusulas econômicas (INPC + 5%) e aumento maior para os vales refeição e alimentação. A pauta de reivindicações será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 15, após aprovação dos bancários da região de Campinas em assembleia que será realizada na terça (14).

A Consulta Nacional realizada entre os dias 26 de abril e 3 de junho, evidenciou o desejo da categoria em reconstruir o país. Mais de 35 mil bancários querem um Brasil sem fome, com equidade, emprego digno e salário justo, mais investimentos em saúde e educação, democracia e valorização das empresas estatais e bancos públicos. E mais: 84,3% dos consultados defendem a eleição de um candidato à Presidência da República comprometido com as pautas dos trabalhadores.

Eleições são fundamentais – A classe trabalhadora aprovou uma pauta de reivindicações que está sendo apresentada aos candidatos, para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários e fortalecer a representação sindical. Para 84,3% dos participantes da consulta, é muito importante eleger, nas eleições deste ano, candidatos à Presidência e ao Congresso Nacional, comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Outros 12,2% classificam como importante.

“A consulta nos mostra a preocupação dos bancários em eleger candidatos comprometidos com a pauta dos trabalhadores e fortalecer a democracia. Nossa campanha está inserida em uma conjuntura nacional ampla, em que os trabalhadores sabem dos desmontes promovidos nos últimos anos e a importância da nossa mobilização”, disse Ivone Silva, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.

Teletrabalho – Dado da consulta que chamou bastante atenção foi a opinião sobre a regulação do teletrabalho. Para 91% dos respondentes, ela deve ser realizada por meio de negociação coletiva, entre bancos e entidades sindicais.

Metas abusivas e assédio moral; saúde e condições de trabalho no teletrabalho estão entre os temas a serem debatidos na área da saúde. A consulta nacional mostra que, para a maioria dos entrevistados (77%), o cansaço e a fadiga constante são resultados da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas. Desmotivação, vontade de não ir trabalhar, medo de “estourar” (54%), dor ou formigamento nos ombros e nos braços ou mão (51%) e crise de ansiedade (44%) também foram apontadas como impacto na saúde.

Outros efeitos do trabalho exaustivo identificados na consulta foram dificuldade para dormir (42%); crise de ansiedade (44%); crises constantes de dor de cabeça (26%), e dores de estômago e gastrite (26%). Mais de um terço dos bancários (35,5%) recorrem a antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes para se medicarem.

Os dados completos da Consulta serão apresentados aos bancos durante as negociações da Campanha Nacional dos Bancários.

Lutar pelos direitos dos bancários e pelo Brasil que a gente quer.

Após aprovação em assembleia o documento será entregue à direção do banco. “Saímos do encontro com bastante disposição de luta, reconhecendo o processo de transformação que o sistema financeiro está passando. Entendemos que os trabalhadores precisam ter posicionamento e lutar pelos direitos conquistados com muita luta”, explica Lourival Rodrigues, representante da Federação dos Bancários dos estados de Sao Paulo e Mato Grosso do Sul.

Concentração de renda – O evento contou com apresentação do técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Gustavo Cavarzan, que mostrou como o desempenho dos bancos no início de 2022 deixou de ser definido pela pandemia e passou a espelhar o modelo econômico concentrador de renda do país. O especialista destacou o aumento da pobreza, da inflação e consequente o endividamento das famílias em linhas de créditos caras, que se tornam receita nos balaços do bancos.

Fonte: Contraf