Comissão dos empregados da Caixa apontam falhas na aplicação dos protocolos contra a Covid-19.
Em mesa de negociação realizada na última quarta-feira, dia 16, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e o Banco discutiram a atualização do protocolo de prevenção Covid-19. A reunião específica para a construção de uma proteção mais efetiva para os trabalhadores era uma cobrança dos representantes dos empregados e das entidades.
Na segunda-feira, dia 14, a direção do Banco anunciou algumas medidas, como a testagem em massa dos empregados; a ampliação de orientações internas de prevenção ao contágio e ações de higienização das unidades; acompanhamento emocional e psicológico dos trabalhadores e a manutenção do home office até o dia 30 de setembro.
Essas ações já eram demandas das entidades, algumas sugeridas ainda em 2020. No caso do home office, por exemplo, além de manter esse regime de trabalho, a CEE cobrou a ampliação do grupo de empregados nesta modalidade. Embora as medidas tenham sido adotadas, na avaliação dos integrantes da CEE/Caixa, tornam-se ineficientes.
O representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS), Carlos Augusto Pipoca, questiona a clareza das informações, como o formato de limpeza das agências e a necessidade de suspender o funcionamento em unidades em que há confirmação de casos da doença. “Precisamos de orientações claras no texto do protocolo pois, em algumas unidades, a limpeza é realizada com empregados no interior das dependências e essa conduta é absolutamente inaceitável. Agências e departamentos com casos suspeitos ou confirmados devem ser desocupadas e fechadas imediatamente e só podem reabrir após higienização e depois de decorrido o tempo que o produto utilizado requer para dissipação”, completa.
Na reunião, os participantes definiram que estão suspensas todas as reuniões presenciais, bem como a visitação de clientes.
Convocação de empregados vacinados e grupos de risco
Foram pedidos pela Comissão esclarecimentos sobre denúncias de convocação de empregados vacinados contra a Covid-19 e de grupos de risco para o retorno ao trabalho presencial. A Caixa informou que nenhum gestor está autorizado a fazer esta convocação e não há qualquer determinação da empresa nesse sentido. Mais uma vez, a representação dos empregados cobrou uma comunicação explícita da Caixa.
Fiscalização dos protocolos
Integrantes da Comissão questionaram, ainda, como a instituição monitora o cumprimento dos protocolos nas agências, como forma mais eficaz de monitorar a situação, que hoje acontece apenas por meio da ouvidoria.
Testagem dos empregados
Foi solicitado pelos membros da CEE o compartilhamento do resultado das testagens com os representantes dos empregados, para que fosse avaliada a necessidade de novas medidas de proteção. A solicitação foi negada pelo banco, que alegou sigilo médico.
Aquisição de equipamentos e máscaras adequadas
O fornecimento de máscaras adequadas (N95, PFF2, tripla cirúrgica) para os empregados foi uma das reivindicações da CEE. Os integrantes pediram informações sobre os valores disponibilizados às unidades para aquisição de EPIs (Equipamentos de Proteção).
Embora existam registros de reclamações de funcionários sobre a insuficiência de recursos para aquisição de máscaras, a Caixa informou que não identificou a necessidade de complementar o valor e que a quantia depende da composição das unidades, sem detalhar a evolução da verba.
Vacinação H1N1
Foi solicitada a prorrogação do prazo para reembolso da vacinação contra a gripe, que termina no dia 30 de junho. A Caixa informou que vai estudar a ampliação do prazo. Os representantes também cobraram detalhamento do cronograma de vacinação nas unidades Caixa e nos estabelecimentos dos fornecedores contratados para que as entidades possam reforçar a divulgação para os empregados. Os representantes dos empregados também cobraram a inclusão dos aposentados na campanha de vacinação, ou a realização de campanha específica para este público, o que traria benefícios para a saúde dos aposentados e contribuiria para reduzir os custos do plano de saúde. A demanda será avaliada pela direção do banco.
Na avaliação da CEE/Caixa, algumas sugestões e questionamentos não foram esclarecidos ou não foram respondidos pelo banco. A Comissão vai solicitar as respostas, por escrito, de todos os tópicos abordados na mesa de negociação. “A comunicação da Caixa não chega aos empregados. Em vez de reforçar a prevenção, atua em casos específicos e deseja punir os colegas que não seguem os protocolos. Nosso debate não é esse, mas, sim, proteger os trabalhadores, de maneira geral”, finalizou a coordenadora da CCE.
Fonte: Fenae