Bancários definem pauta para Campanha Salarial 2018
Todos por Tudo será o slogan deste ano
Durante a 20ª Conferência Nacional, os 627 delegados de todo o país aprovaram a pauta de reivindicação que prevê aumento real e proteção contra a reforma trabalhista do governo Temer. Após um acertado acordo de dois anos, fechado em 2016, a Campanha Nacional deste ano será a primeira a ser realizada sob a nova lei trabalhista (em vigor desde 11 de novembro de 2017). Por isso, a 20ª Conferência Nacional reforçou a defesa dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e a defesa da categoria, ameaçada pelos novos tipos de contratos previstos na lei (terceirização irrestrita, trabalho intermitente, autônomo, hipersuficiência).
A defesa dos empregos, com a proibição das demissões em massa; das homologações realizadas nos sindicatos (para garantir que os bancários recebam tudo que lhes é devido em caso de demissão); a manutenção da mesa única de negociações entre bancos públicos e privados; a defesa dos bancos públicos que estão sendo desmontados e preparados para a privatização também serão pontos centrais na Campanha 2018.
Na plenária final da Conferência, no domingo 10, os 627 delegados e delegadas, representando bancários de todo o país, aprovaram a pauta de reivindicações prevendo também reajuste da inflação mais aumento real de 5% para salários e demais verbas; e cláusula prevendo que as novas modalidades de jornada e contratações da lei trabalhista só poderão ser feitas por meio de negociação com o Comando Nacional dos Bancários. A pauta será entregue aos bancos na quarta-feira 13.
Entre os pontos mais graves da lei estão os que preveem contratos de autônomos, terceirizados, jornada intermitente e o trabalhador hipersuficiente (empregados com nível superior e remuneração acima de duas vezes o teto de benefícios do INSS, que hoje corresponderia a R$ 11.291, poderiam estabelecer acordos direto com o patrão e não estariam garantidos pela CCT).
“Os bancários vão enfrentar a campanha salarial mais dura dos últimos anos, a reforma trabalhista, patrocinada principalmente pelos banqueiros, coloca em risco todas as nossas conquistas, inclusive PLR, VA, VR, jornada de seis horas e tantas outras. Precisamos estar unidos e preparados para fazer a luta e garantir mais uma campanha vitoriosa”, alerta Geraldo, presidente do Sindicato.
Ultratividade
A lei também prevê o fim do princípio da ultratividade, que garantia a validade de um acordo coletivo até a assinatura de outro. Assim, a CCT dos bancários perderia sua validade em 31 de agosto deste ano, um dia antes da data base da categoria. Para impedir mais essa ameaça, os bancários aprovaram a entrega à Fenaban de um pré-acordo que garanta a ultratividade da CCT até a assinatura de uma próxima. Assim, todos os direitos estariam resguardados até o final da negociação com os bancos.
Banco de horas
Os bancários também aprovaram que a contratação de banco de horas seja feita somente por meio de negociação coletiva.
Contribuição negocial
Não se faz a luta em defesa dos direitos, dos empregos e da categoria sem recursos financeiros para manter a estrutura de sindicatos, mobilizações, greves e outras formas de resistência. Por isso, os delegados aprovaram a inclusão na pauta de reivindicações da categoria de cláusula prevendo contribuição negocial em percentual único e distribuída de forma solidária, com percentual para sindicatos, federações, confederações e centrais.
Tecnologia
Os bancos são o setor que mais investe em tecnologia, mas essa tecnologia, ao invés de beneficiar trabalhadores, os prejudica com mais sobrecarga e demissões. O avanço da tecnologia foi debatido em mesa da Conferência e os bancários defendem que ela tem de ser adotada em benefício dos trabalhadores e também de clientes, resultando em taxas de serviços menores.
Dia Nacional de Luta
Foi aprovada ainda a participação do movimento sindical bancário no Dia Nacional de Luta, convocado por todas as centrais sindicais, em 10 de agosto.
Bancos podem atender reivindicações
Os bancos que lucram cada vez mais alto mesmo com a crise, podem atender às reivindicações da categoria. Em 2017, os lucros somados do BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander chegaram a R$ 77,4 bilhões, o que representou crescimento de 33,5% em relação aos resultados de 2016. E só nos primeiros três meses deste ano, esses cinco bancos já lucraram R$ 20,6 bi, aumento de 20,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2017. Ou seja, eles não têm a menor desculpa para não valorizar seus empregados.
Assembleias
Amanhã, dia 12, o Sindicato realiza assembleia para referendar a minuta aprovada pelos bancários nas conferências.
Banco do Brasil e Caixa – 18:30 horas
Bancos Privados – 19:00 horas
Participe!
Para maiores informações clique aqui.
Foto: Jailton Garcia/ Contraf