Assembleia nesta quarta, às 18h, para avaliar a proposta apresentada pelos Bancos
Após dez rodadas de negociação, categoria arranca da Fenaban aumento real de 1,18%, maior do que média dos acordos fechados no primeiro semestre, e a manutenção de todas as cláusulas da CCT. Em assembleias na quarta 29, bancários avaliam a proposta; Comando Nacional orienta pela aprovação
Num cenário de retirada de direitos, com a reforma trabalhista que precariza empregos e ataca a organização dos trabalhadores, os bancários mostraram mais uma vez sua força, garantindo uma proposta que mantém todas as conquistas históricas da categoria e ainda um reajuste de 5%, com aumento real de 1,18%, maior do que média dos acordos coletivos fechados no primeiro semestre (leia abaixo).
“Foram dez rodadas de negociação em que a Fenaban ou não apresentava nada ou apresentou propostas inaceitáveis, com alteração ou exclusão de cláusulas da CCT. Mas a categoria bancária mais uma vez mostrou sua força, tanto na mesa com os bancos quanto nas mobilizações que promovemos, com paralisações de agências e centros administrativos em todo o país. E conseguimos arrancar uma proposta que, além de manter nossas conquistas históricas, avança com novas, e prevê aumento real maior do que o de 0,5% proposto por eles anteriormente”, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Ivone Silva.
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O Sindicato convoca todos os bancários e bancárias da nossa base territorial para assembleia nesta quarta-feira, 29, ás 18:00h, na sede.
A proposta garante todos os direitos para os empregados hipersuficiente (bancários com salários a partir de R$ 11.291,60). O empregado hipersuficiente foi criado pela nova lei trabalhista: eles poderiam estabelecer suas condições de trabalho diretamente com o empregador, e não estariam resguardados pelo acordo coletivo da categoria.
Prevê, também, acordo com validade de dois anos, já garantida para 2019 a manutenção de todos os direitos, além da reposição total da inflação (INPC) mais 1% de aumento real para salários e demais verbas. Se aprovada a proposta, a primeira parcela da PLR será paga em 20 de setembro.
TODOS OS DIREITOS ESTÃO GARANTIDOS
• Garante o parcelamento do adiantamento de férias em três vezes, a pedido do empregado;
• Mantém todos os direito da CCT ao hipersuficiente (quem ganha a partir de R$ 11.291,60);
• Realização do terceiro Censo da Diversidade, levantamento fundamental sobre o perfil da categoria para a promoção da igualdade de oportunidades;
• Está mantida a proibição da divulgação de ranking individual, prevista na cláusula 37ª da CCT, conquistada pela categoria como forma de reduzir a pressão por metas;
• Cláusula do vale-transporte volta a ser a conquista da categoria de 4% de desconto sobre o salário base;
• Horário de almoço poderá ser flexibilizado: quem tem jornada de 6 horas e tiver de fazer hora extra, terá intervalo de almoço de 30 minutos, e não de 1 hora como determina a lei;
• Mantém o vale-cultura (cláusula 69) conforme queriam os trabalhadores, para que o direito esteja garantido caso o governo federal retome o programa.
Aumento real acima da média dos acordos no semestre
Levantamento feito pelo Dieese, que levou em conta 2.896 acordos entre janeiro e junho, mostra que 78% deles tiveram aumento real, e a média foi de 0,94%. A força da categoria, na mesa de negociação com os bancos e nas mobilizações em todo o país, garantiram reajuste de 5% com aumento real de 1,18%.
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Fonte: Contraf
Foto: Jailton Garcia/Contraf