Itaú lucra R$ 25,7 bilhões em 2018, alta de 3,4% em um ano
Carteira de crédito avançou 6%, considerando empréstimos em outros países que banco atua (Tássia Kastner)
O lucro líquido do Itaú Unibanco somou R$ 25,7 bilhões em 2018, alta de 3,43% na comparação com 2017. No quarto trimestre, o resultado do banco foi de R$ 6,48 bilhões.
Em termos percentuais, foi o crescimento mais modesto entre os pares privados: o Bradesco lucrou 13% mais no ano passado, e o Santander, 24,6%. O Banco do Brasil divulga resultados na próxima semana.
A receita total do Itaú, medida pelo produto bancário, somou R$ 111,8 bilhões no ano passado, alta de 2,3% na comparação com 2017. Considerando apenas a receita com crédito, o faturamento foi de R$ 63,6 bilhões.
O banco destaca ainda o crescimento nas receitas com prestação de serviços, as tarifas, que cresceram 6,3%, para R$ 35,1 bilhões. O avanço percentual é superior à inflação do ano passado.
“O principal destaque positivo foi o crescimento de 6,5% da receita de prestação de serviços principalmente em função das receitas de banco de investimento, de administração de fundos e de cartões de crédito”, escreveu o Itaú em relatório.
A carteira de crédito do Itaú, considerando apenas os dados de Brasil, fechou o ano em R$ 473,8 bilhões, crescimento de 4,2% em 12 meses.
O avanço foi puxado pelas concessões a pessoa física, especialmente na linha de cartão de crédito, e nos empréstimos a micro e pequenas empresas, o que ajudou a compensar a redução dos spreads (a diferença entre o custo de crédito e quanto o banco cobra do cliente). Esses segmentos costumam ter taxas de juros mais elevadas que as cobradas de grandes empresas, para quem os empréstimos continuam a encolher.
“Apesar da redução dos spreads no ano, o maior volume de crédito e o melhor mix de produtos levaram ao crescimento de 2,2% da margem financeira com clientes em relação a 2017”, diz o banco.
A carteira de crédito total, incluindo outros países nos quais o Itaú opera, avançou 6,1%, a R$ 636,9 bilhões.
O Itaú reportou redução de 15% nas despesas para cobrir possíveis calotes, que somaram em 2018 R$ 16,1 bilhões. No ano, o banco conseguiu ainda recuperar R$ 3,7 bilhões em empréstimos baixados a prejuízo (+12,5%), reduzindo o custo do crédito em 21,9% no período.
Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, porém, o custo do crédito teve uma elevação. O banco atribuiu a um imparment, que equivale a uma provisão para inadimplência aplicada a para títulos de dívida. O caso está relacionado à operação de banco de atacado no Brasil, que não foi detalhada.
Fonte: Folha.com / CONTEC