Itaú deixa de oferecer conta digital gratuita, a iConta, para clientes
O banco explicou, em comunicado divulgado à imprensa, que a comercialização do pacote iConta foi suspenso por conta de “pesquisas internas que apontaram a necessidade de simplificação de sua prateleira de pacotes”
SÃO PAULO – A conta digital do banco Itaú, chamada de iConta, ficará disponível para novas contratações somente até o dia 30 deste mês, de acordo com a planilha de tarifas do banco disponível em seu site.
O banco explicou, em comunicado divulgado à imprensa, que a comercialização do pacote iConta foi suspenso por conta de “pesquisas internas que apontaram a necessidade de simplificação de sua prateleira de pacotes”. Para os clientes que são correntistas da modalidade, o banco afirma que “nada mudará”.
Em dezembro do ano passado, o banco tirou do pacote de serviços o uso de cheques, que, até então, estava disponível para os correntistas. A justificativa do Itaú foi de que somente 1% dos clientes da iConta solicitavam o serviço e que este “não é um serviço adequado para o perfil de cliente da modalidade”.
Questionado se lançará alguma nova modalidade de conta digital, o Itaú disse que não tem uma resposta.
O Banco do Brasil, também no ano passado, deixou de oferecer sua conta digital gratuita, a Conta Eletrônica, por cerca de um mês, posteriormente anunciando uma nova modalidade de conta digital, a Conta Fácil BB.
Em relação à antiga, a única mudança é a versão Bônus, que prevê uma mensalidade de R$ 9,90 e o maior número de saques e extratos mensais disponíveis. A versão Conta Fácil Gratuita, tal como o nome diz, não cobra nenhuma tarifa do correntista.
Dos quatro grandes bancos, o BB e o Bradesco são os únicos que ainda oferecem a modalidade de conta digital gratuita – no caso do segundo, a DigiConta – para novos contratantes.
Outro banco que possui conta digital gratuita é o Intermedium. Segundo o presidente do banco, João Vítor Menin, a instituição já tem 130.000 clientes que usam o serviço. A grande vantagem do Intermedium é que não há cobrança de nenhuma tarifa de serviço, inclusive anuidade de cartão de crédito. Os clientes são isentos de mensalidade de conta corrente, DOC, TED, saques na rede 24 Horas, extratos, pagamentos, entre outras tarifas.
E o cartão de crédito do Intermedium é um Mastercard Black. Apesar da cor preta, o cartão Black do Intermedium é bem diferente dos oferecidos pelos demais bancos, já que não há acúmulo de pontos em programas de milhagem. “Se por um lado não tem milhas, por outro não tem anuidade”, diz o presidente do banco.
O Intermedium também anunciou que em breve o banco vai lançar a conta digital gratuita para pessoas jurídicas. Hoje nenhum banco grande oferece o serviço de graça – o brasileiro só encontra essa opção em algumas cooperativas de crédito.
Ao InfoMoney, Menin disse que o objetivo das contas gratuitas é expandir agressivamente a base de clientes. Ele também afirmou que mesmo não cobrando nada, o banco não perde nem ganha dinheiro com a conta gratuita. “Hoje os custos são cobertos pelo ganho com o float [o banco pode investir parte do dinheiro que os clientes deixam na conta e lucra com isso] e por comissões pelo pagamento de boletos emitidos por outros bancos. A gente só lucra quando o cliente consome outros produtos, como seguros ou crédito.”
A diferença da conta digital em relação às demais modalidades é a isenção de tarifas de conta corrente, já que inclui em seu pacote somente transações eletrônicas; nela, o cliente tem benefícios como TED/DOC ilimitados, consultas de saldo e extratos ilimitados e transferências ilimitadas, mas pode variar de acordo com o contrato da conta de cada banco.
Nos últimos anos, o número de correntistas de contas digitais aumentou principalmente por conta do aumento das tarifas de bancos para contas correntes tradicionais, que, de acordo com um relatório do JP Morgan de setembro do ano passado, foi de 12% no primeiro semestre do ano.
Entre os bancos que mais aumentaram o valor de suas tarifas estão o BB e a Caixa, cuja média foi de reajuste foi entre 23% e 24%, ao passo que os demais bancos brasileiros reajustaram, na mesma comparação, em 9%.
Fonte: InfoMoney / CONTEC