Caixa vai abrir capital de seguros, cartões, loterias e gestora
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou ontem (30) que pretende fazer a abertura de capital de quatro subsidiárias até junho do próximo ano. A listagem deve ser feita na bolsa de valores de São Paulo, a B3, e em Nova York.
Na conta do executivo, estão a unidade de seguros, cartões, loterias e gestão de recursos, sendo que duas delas devem ir a mercado ainda neste ano. “Nosso objetivo é realizar a venda de todos os ativos não core (essenciais)”, disse, em evento do Credit Suisse, que reuniu 650 investidores em São Paulo.
De acordo com o executivo, o motivo para a listagem em Nova York é elevar o nível de governança da empresa. Guimarães afirmou que a ideia não é fazer um IPO de 30%, 40% ou 50% desses ativos, e que prefere vender uma fatia menor. “Depois de um ano, um ano e meio do IPO, fazemos a segunda ‘pernada’”.
O motivo para fazer a abertura de capital aos poucos é que o executivo quer atrair investidores pessoa física ao negócio. Guimarães afirmou que não existe discussão sobre joint venture, um modelo que ele não acredita ser o mais eficiente para o banco, uma vez que a Caixa é conservadora e quer afastar a volatilidade.
Sobre uma possível privatização da Caixa Econômica Federal, o presidente do banco disse que não existe essa discussão. No entanto, ele confirmou que o ministro Paulo Guedes, da Economia, discute uma abertura de capital nos próximos anos, uma decisão que cabe a ele.
Sem indicação política
Guimarães afirmou que a Caixa passa por uma forte reestruturação, com revisão da diretoria e do portfólio de produtos. Nessa toada, o presidente do banco disse que está revendo os 40 cargos de diretores e sua atuação em conselhos de administração.
“Todos os diretores serão escolhidos num processo claro, e não existe indicação política mais”, afirmou o executivo. “Todo diretor da Caixa será recontratado ou colocado. Olhando para frente, queremos eficiência econômica”.
Guimarães afirmou que está participando mais ativamente nos negócios que o banco tem participação. “Vou sentar no conselho de tudo o que acho importante para a Caixa, para resolver, como no caso da Elo”, afirmou, sobre a bandeira de cartões da qual é sócio.
A Caixa tem a meta de devolver para o governo R$ 40 bilhões que foram aportados no banco nos últimos anos via instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD).
Fonte: Valor Econômico / CONTEC