PLR no Bradesco: bancários não podem pagar por Americanas, cobram sindicatos.
Em ofício ao Bradesco enviado no último dia 10, a Contraf (Confederação dos trabalhadores no ramo financeiro) reivindica o pagamento integral da PLR aos bancários – teto previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), considerando 2,2 salários para todos os empregados e R$ 6.343,89 na parcela adicional prevista – desconsiderando o provisionamento (PDD) feito em virtude do caso Lojas Americanas, que derrubou o resultado do banco no quarto trimestre de 2022.
No ofício, a Contraf afirma: “a referida solicitação se baseia nos resultados atingidos pelo banco em todo o exercício do ano de 2022, quando se registrou expressivo crescimento, tanto da rentabilidade, quanto no lucro líquido realizado, que atribuímos ao esforço coletivo do quadro funcional em todas as localidades onde desempenham suas atividades”.
De acordo com o balanço de 2022 do Bradesco, “com os recentes eventos envolvendo um cliente Large Corporate específico, ocorridos no início de 2023, a Administração reavaliou os riscos inerentes e, de forma prudencial, provisionou 100% da operação, afetando o lucro do 4T22”.
Apesar de não mencionar o nome do “client Large Corporate”, é muito provável que se trate das Lojas Americanas, que divulgaram ao mercado, em janeiro deste ano, a detecção de inconsistências contábeis em demonstrações financeiras de exercícios anteriores estimadas em cerca de R$ 20 bilhões, dos quais o Bradesco seria uma das principais instituições financeiras afetadas.
Lucro do Bradesco: Em 2022, o Bradesco teve lucro líquido contábil de R$ 20,732 bilhões, queda de 5,5% em relação a 2021. Quando comparado o quarto trimestre de 2022 (lucro de 1,437 bilhão) com o trimestre anterior (lucro de R$ 5,211 bilhões), a queda foi bem mais expressiva, de 72,4%. Já o lucro líquido recorrente – quando descontados.
Fonte: Sindicato dos bancários de São Paulo/SP.