Bradesco planeja fechar 10% de suas agências até o fim de 2020
Bradesco se empenha em reduzir os custos de sua operação – Paulo Whitaker/Reuters
A expectativa é de que 450 unidades deixem de atender clientes (Isabela Bolzani)
O Bradesco planeja fechar 300 agências em 2020, o dobro do encerramento das 150 unidades previsto para este ano. Somados, os números correspondem a 10% dos 4.567 pontos de atendimento.
A decisão vem como parte do esforço para reduzir os custos da atividade operacional da instituição financeira, os quais influenciaram o lucro líquido do terceiro trimestre e devem encerrar este ano acima esperado.
“É um momento muito pensado sobre os acordos e processos trabalhistas. Precisamos melhorar esses números e estamos tomando medidas para que isso aconteça”, afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.
Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (31) pelo banco, as despesas operacionais do segundo maior banco privado do país subiram 10,1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2018, para R$ 11,1 bilhões.
Dentro desse universo, os gastos administrativos registraram uma alta de 7,3% no período, enquanto as despesas de pessoal subiram 12,9%.
Além das agências, o PDV (Plano de Demissão Voluntária) iniciado no final de agosto também faz parte do plano do banco na redução de seus gastos. Ainda de acordo com Octavio de Lazari, três mil funcionários já aderiram ao programa, o equivalente a 3% do seu quadro de empregados, que conta com mais de 99 mil pessoas.
“Teremos em períodos futuros um número menor de funcionários como reflexo do novo PDV e a continuidade de ajustes. Finalmente poderemos afirmar que as despesas trabalhistas em 2020 serão menores do que observamos neste ano”, completa o presidente do Bradesco.
CANAIS DIGITAIS
A intenção crescente em digitalizar produtos e processos também deve influenciar uma redução de custos na operação do Bradesco. Além de uma realocação interna de funcionários focando nas agências digitais e no Next, o banco cada vez mais prioriza a migração do atendimento aos canais digitais. É o caso, por exemplo, do crédito pessoal, cujos empréstimos por esses meios subiram 62%.
“Temos um ganho de produtividade com a digitalização que é muito importante e faz parte da evolução da jornada dos nossos produtos. Isso possibilita taxas competitivas, prazos estendidos e um maior uso de analytics [programa que localiza e interpreta padrões significativos nos dados dos clientes]. Certamente ainda temos muito o que prosperar nessa área”, completa Octavio de Lazari.
Fonte: Folha.com / CONTEC