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novembro 10, 2022

Bradesco lucra R$ 19 bi nos primeiros noves meses de 2022.

Mesmo com alta dos lucros, banco encerra 159 agências no período

Nos primeiros nove meses de 2022, o Bradesco teve lucro líquido contábil de R$ 19,29 bilhões, o que significa alta de 2,8% em relação ao mesmo período de 2021. No terceiro trimestre, porém, o resultado foi 21,6% menor, quando comparado a igual período do ano passado. De acordo com o relatório do banco, a queda ocorreu em razão do aumento da taxa Selic, que elevou o custo de captação do banco e ao aumento das despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), em função do cenário de maior inadimplência no período. O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROAE) do banco ficou em 16,3%, com redução de 2 pontos percentuais (p.p.) em 12 meses.

Já a carteira de crédito expandida cresceu 13,6% em doze meses, e atingiu R$ 878,57 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 16,2% nesse intervalo, chegando a R$ 352,67 bilhões, com alta em todas as linhas, com destaque para cartão de crédito (38,8%); crédito pessoal (19%); e CDC leasing veículos (15%). O crédito para pessoa jurídica cresceu 11,9% (R$ 525,899 bilhões). O crescimento do segmento de pequenas e médias empresas foi de 8,2%, e o de grandes empresas, 13,9%.

Houve uma diminuição do ritmo do crescimento nas linhas de crédito em relação aos trimestres anteriores, provavelmente em função da deterioração econômica do país, com estagnação da renda, inflação, aumento do endividamento e da inadimplência. O índice de inadimplência superior a 90 dias ficou em 3,9%, com alta de 1,3 p.p. em comparação ao ano passado. As despesas com PDD cresceram 72,7%, e totalizaram R$ 19,11 bilhões.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 4,1% em 12 meses, totalizando cerca de R$ 21,23 bilhões. Por sua vez, as despesas de pessoal mais PLR cresceram 11% no período e somaram R$ 16,37 bilhões. Com isso, nos nove primeiros meses de 2022, a cobertura dessas despesas de pessoal pelas receitas de prestação de serviços e tarifas do banco foi de 129,7%.

De acordo com Edilson Julian, representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul na Comissão de Organização de Empregados (COE) do Bradesco, não há razão para o fechamento de tantas agência. “Até o momento o que temos é alta nos lucros e receitas com serviços e tarifas. O saldo positivo é muito maior que as despesas com folha de pagamento”, pontua.

Agências encerradas

A holding encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 88.374 empregados, com abertura de 638 postos de trabalho em 12 meses, sendo 245 no trimestre. Nesse mesmo período foram encerradas 159 agências, enquanto foram abertas 29 unidades de negócio. No final de setembro, a instituição tinha 2.871 agências, 996 unidades de negócios e 76,8 milhões de clientes, um crescimento de 4,3 milhões. “O número de agências fechadas prejudica tanto o cliente como o trabalhador, ambos sofrem, aumenta o desemprego e prejudica a qualidade do atendimento prestado”, destaca Julian.

 

Fonte: Contraf Cut – com edição Feeb SP/MS