Aumento real é prioridade da campanha dos bancários
Eleições são vistas como estratégicas para interromper ataques aos direitos e a retomada do respeito às pautas dos trabalhadores
A consulta nacional que as federações e sindicatos realizaram com os bancários e bancárias de suas bases sindicais apontou que, para 25% da categoria, o aumento real deve ser prioridade na Campanha Nacional 2018.
Em 2016, a categoria fez uma grande greve de 31 dias e arrancou dos bancos um acordo de dois anos, com reajuste de 8% para 2016, mais abono de R$ 3,5 mil, além de 15% no vale-alimentação e 10% no vale-refeição e auxílio-creche/babá. Para 2017, o reajuste repôs a inflação (INPC/IBGE) e garantiu aumento real de 1% nos salários e todas as verbas.
Antes disso, durante 13 anos (2004 a 2015), a categoria obteve aumentos reais, somando 15,8% de aumento real, revertendo a política de arrocho praticada durante os oito anos do governo FHC, quando a categoria teve perdas de 4,6% em seus salários.
Isso reforça a importância da luta para tirar dos bancos o que é dos trabalhadores por direito. O setor tem resultados excelentes, fruto do trabalho bancário. Podem pagar aumento real que valorize os trabalhadores. Assim como valorizam os executivos, podem e devem fazer o mesmo com os bancários. E não concentrar renda nas mãos dos que já ganham tanto. Aumento real para os bancários é distribuição de renda, bom para a categoria e para toda a sociedade, lembrando que somente o reajuste salarial conquistado em 2017, de 2,75%, injetou na economia nacional mais de 1,4 bilhões de reais, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Nenhum direito a menos
Os lucros do setor dão à categoria a certeza de que a reivindicação de aumento real na campanha nacional de 2018 pode e deve ser atendida. Os cinco maiores bancos do país (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) obtiveram lucro de R$ 77,4 bilhões em 2017, resultado 33,5% maior do que o obtido em 2016, quando já tinham tido recorde de lucro. Mesmo com toda a crise que se avizinha ao país, a tendência de crescimento dos lucros dessas mesmas instituições permanece. No primeiro trimestre de 2018, estes bancos lucraram R$ 20,6 bilhões, crescimento de 20,4% na comparação com o mesmo período de 2017.
Diante de tamanho lucro, além do aumento real, os bancários querem a manutenção de todos os direitos definidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e todos os demais que eram garantidos pela antiga lei trabalhista, o segundo ponto mais votado entre as prioridades definidas na consulta à categoria.
Sabemos das dificuldades que vamos enfrentar diante de um cenário de corte de direitos e uma legislação trabalhista que prejudica os trabalhadores e beneficia apenas o empresariado. Mas, toda negociação depende da correlação de forças. Se a categoria participar da campanha, certamente sairemos vitoriosos.
Unidade da classe trabalhadora
Lembrando ainda que, a categoria é a única que possui uma Convenção Coletiva de Trabalho válida para todo o país e, por isso, é muito importante a unidade nacional.
Para enfrentar os ataques, os bancários aprovaram um calendário de lançamento da Campanha Nacional da categoria em todo país, e também a participação no Dia Nacional de Luta da classe trabalhadora, em 10 de agosto. Será o Dia do Basta à retirada de direitos, de basta ao desemprego, às privatizações, à venda do patrimônio do povo brasileiro, do basta ao desrespeito à nossa democracia.
Prioridades da campanha
Veja abaixo os pontos mais votados pela categoria como prioridade para a Campanha Nacional dos Bancários 2018:
1. Aumento real 25%
2. Manutenção de direitos / Defesa da CCT 23%
3. Combate ao assédio moral / metas abusivas 18%
4. Garantia de emprego 15%
5. Impedir a terceirização 14%
6. Aumentar a PLR 11%
7. Melhorar as condições de trabalho 8%
8. Mais segurança nas agências 5%
9. Igualdade de oportunidades 4%
Além destes pontos, a categoria definiu as eleições 2018 como estratégicas para a manutenção dos direitos e para barrar o ataque à classe trabalhadora e o desmonte dos bancos e demais empresas públicas. Os bancários sabem que, para evitarmos mais cortes nos nossos direitos, é preciso eleger candidatos comprometidos com as pautas dos trabalhadores.
Fonte: Contraf