Com manutenção do teto, gestão Carlos Vieira prevê aumento médio inicial de 77% na mensalidade do Saúde Caixa dos aposentados.

A gestão de Carlos Vieira, presidente da Caixa, manteve o teto da contribuição da empresa para o custeio do plano de saúde dos empregados, o Saúde Caixa. Isso significa que a participação da Caixa está congelada, mesmo com o aumento dos custos médicos. Essa decisão foi oficializada com a nova versão do estatuto do banco, anunciada no dia 6 de maio de 2025.
Esse congelamento tem um impacto direto na sustentabilidade financeira do plano, que já registrava um déficit superior a R$ 150 milhões apenas no primeiro bimestre de 2025. Com a Caixa não ampliando sua participação, a conta passa a ser paga pelos empregados — especialmente pelos aposentados, que são os mais afetados pela mudança.
A proposta da atual gestão é individualizar as mensalidades por faixa etária. Isso levará a aumentos significativos para os aposentados. Um titular com mais de 59 anos teria, já em 2025, uma mensalidade 77% mais cara. Caso inclua um dependente da mesma faixa etária, esse aposentado poderá comprometer até 12,4% de sua renda mensal apenas com o plano de saúde. Em casos de aposentados com renda mais baixa (como os que recebem benefícios mínimos da Funcef e do INSS), o impacto é ainda mais severo: o aumento na mensalidade pode ultrapassar 300%, e o valor gasto com o plano pode consumir até 28% de sua renda mensal.
Além disso, como os custos da saúde crescem mais do que a inflação, e a Caixa não atualiza sua parte do custeio, a tendência é que os reajustes sejam constantes, ano após ano. O resultado seria a exclusão gradual dos aposentados do plano, por falta de condições financeiras para mantê-lo. Isso reduziria os chamados “benefícios pós-emprego” que hoje geram provisões contábeis para a Caixa, como prevê a norma CPC 33 — o que pode ser uma estratégia da gestão para aliviar os compromissos futuros da empresa.
As entidades representativas dos empregados, defendem que a Caixa retome a proporção histórica de 70% (empresa) e 30% (empregados) no custeio do plano, sem teto, preservando os princípios de solidariedade e pacto intergeracional. Também exigem que os empregados admitidos após 2018 tenham direito à participação da Caixa no custeio do plano após a aposentadoria, mantendo o acesso ao Saúde Caixa como um direito de todos.
Fonte: APCEF