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setembro 2, 2024

Campanha Salarial 2024: Conquista de aumento real nos salários e verbas, além da ampliação de cláusulas sociais.

A proposta de renovação da CCT inclui o pagamento antecipado da PLR em setembro, além de dez novas cláusulas, entre as quais o combate ao assédio moral, a requalificação diante dos avanços tecnológicos e o apoio às mulheres na TI.

Após dois meses e meio de intensas negociações, as mesas que representam os bancários de todo o país alcançaram, na tarde deste sábado (31), junto à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), uma proposta que garante a unidade da categoria, com a manutenção de todos os direitos e a ampliação de 10 novas cláusulas para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para 2024 e 2025. Nas cláusulas econômicas, a proposta prevê reajuste de 4,64% nos salários e demais verbas, incluindo vales alimentação (VA), refeição (VR), auxílio-creche/babá e participação nos lucros e resultados (PLR) neste ano, para um INPC estimado de 3,91%, o que representa um ganho real de 0,7%. Para 2025, o aumento real será de 0,6% para salários, PLR, VA/VR e demais cláusulas econômicas. O ganho real de 2024 e 2025, portanto, será de pelo menos 1,31%, podendo ficar acima disso, a depender do INPC de agosto, que será divulgado pelo IBGE em 10 de setembro.

“Chegamos a uma proposta que acreditamos ser essencial para a garantia dos direitos dos bancários. Foi uma conquista importante para manter a estrutura da nossa convenção atual, um acordo que vale para todo o Brasil, para todos os bancários, com reajuste salarial e em todas as verbas. Na próxima semana, vamos detalhar o acordo e, em seguida, submeter à assembleia para que todos decidam o rumo da nossa campanha salarial. Mas é uma proposta que permite consolidar o que já temos e continuar avançando, garantindo a reposição para a categoria, além da PLR, que com esse acordo já será paga em setembro”, disse David Zaia. O presidente defendeu a participação dos sindicatos e bancários nas mobilizações das últimas semanas. “A participação dos bancários e dos nossos sindicatos foi fundamental. A mobilização feita nas últimas semanas ajudou a superar todas as dificuldades do processo de negociação”, completa David Zaia.

As assembleias para deliberação da proposta ocorrerão na próxima quarta-feira, 4 de setembro, com votação disponível através do link que estará disponivel no dia da assembleia.  A ampla participação é crucial para a ratificação das conquistas alcançadas. A Federação SP/MS indica a aprovação da proposta.

O secretário-geral da Feeb SP/MS, Reginaldo Breda, também enfatizou a importância da aprovação. “Foi um processo exaustivo, mas saímos com a certeza de termos feito o melhor para a categoria. Agora, é fundamental que todos participem das assembleias para garantir a aprovação das conquistas”, defende.

Cláusulas Econômicas

Reposição integral da inflação – A partir de 1º de setembro de 2024, todos os bancários terão seus salários ajustados para cobrir integralmente a inflação do período.

Aumento real nos salários e benefícios – Além da reposição inflacionária, haverá um aumento real nos salários, benefícios e parcelas da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Pagamento antecipado da PLR 2024 – O pagamento antecipado da PLR ocorrerá já em setembro de 2024. A Fenaban chegou a cogitar o pagamento das verbas somente em dezembro.

Antecipação do 13º auxílio cesta alimentação – Este benefício será antecipado para outubro de 2024, oferecendo suporte financeiro adicional aos trabalhadores.

Valorização do menor piso salarial – O piso salarial aplicado ao pessoal de portaria, contínuos e serventes terá um aumento de 15%.

Requalificação profissional – O valor destinado à requalificação profissional será reajustado em 8%, incentivando o desenvolvimento dos bancários. Com isso, o valor passa a ser de R$ 2.285,84.

Conquistas Sociais 

As negociações resultaram em avanços significativos nas cláusulas sociais, que reforçam ações e compromissos com foco na inclusão, na igualdade e na proteção dos direitos das bancárias e dos bancários.

Combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho – Pela primeira vez, os bancos concordaram em incluir explicitamente o termo “assédio moral”, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria.

Respeito e segurança – Foi estabelecida uma manifestação de repúdio contra qualquer forma de violência no trabalho, com a criação de canais de apoio e denúncia para as vítimas, reforçando o compromisso com um ambiente de trabalho seguro e respeitoso.

Inclusão na tecnologia – para capacitar mulheres, pessoas trans e PCD em programação, e outras 100 bolsas para programas intensivos de aprendizagem na área de tecnologia.

Pessoas com Deficiência (PCDs) – Concessão de abono de ausência para conserto ou reparo de próteses, garantindo que trabalhadores com deficiência possam atender às suas necessidades sem prejuízo.

Prevenção à violência contra a mulher bancária – Implementação de um canal de apoio exclusivo e outras medidas específicas para proteger as mulheres bancárias contra violência.

Igualdade salarial entre homens e mulheres – Compromisso com a igualdade salarial e adesão ao Programa Empresa Cidadã, garantindo licença-maternidade de 180 dias e licença-paternidade de 20 dias.

Mudanças climáticas e calamidades – Em caso de desastres naturais ou outras calamidades, será garantida a criação de um Comitê de Gestão de Crise em situações de calamidade, com autorização prévia para tomar decisões necessárias para proteger os bancários afetados.

Censo da categoria 2026- A Fenaban se comprometeu a planejar em 2025 e realizar até o final de 2026 uma nova edição do Censo da Diversidade do Setor Bancário.

Inteligência artificial e requalificação – Promoção de iniciativas de requalificação com ênfase na igualdade de oportunidades para mulheres.

LGBTQIA+, com destaque para pessoas transgênero – Compromisso com o uso do nome social para pessoas transgênero, antes da obtenção do registro civil.

“O fechamento desse acordo é um marco significativo para a categoria. Conseguimos preservar e avançar em direitos essenciais, especialmente nas cláusulas sociais, que refletem nosso compromisso contínuo com a valorização dos bancários”, conclui David Zaia, presidente da Feeb SP/MS.

Fonte: Federação dos bancários de SPMS