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junho 8, 2021

Caixa se mostra gigante na mais grave crise sanitária do país, mas número de empregados segue insuficiente.

Banco tem 145,7 milhões de clientes e 81,876 empregados, média de 1.780 correntistas por funcionário

Em meio a mais grave crise pandêmica dos últimos tempos, a Caixa Econômica Federal se mostrou gigante em todo o país e presente na vida de mais da metade da população brasileira. O Banco público se mostrou essencial na vida de milhões de brasileiros e até ampliou postos de atendimento, mas ao mesmo tempo que aumenta o seu alcance, aumenta também a necessidade de novas contratações.

“A dimensão do Banco público pode ser vista na prática, diante deste momento de extrema dificuldade, a Caixa alcançou milhões de brasileiros e muitos que se encontravam na invisibilidade. E tudo isso só foi possível pelo trabalho dos mais de 81 mil empregados, que não medem esforços para fazer chegar atendimento em lugares onde nenhuma outra instituição chega, especialmente por não ter interesse”, afirmou o presidente Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto.

De acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Caixa encerrou o 1º trimestre de 2021 com 81.876 empregados, com fechamento de 2.943 postos de trabalho em doze meses, influenciado pelo Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Por outro lado, a Caixa registrou incremento de aproximadamente 42,4 milhões de novos clientes. Ou seja, o número de clientes por empregado, em 2007, tinha a média de 575,7 correntistas por empregado. Já no primeiro trimestre deste ano, a média subiu assustadoramente para 1.780 clientes por empregado, um aumento de mais de 300%. 

“É uma matemática desumana, tendo em vista os novos milhões de brasileiros sendo atendidos por um número bem menor de empregados. A necessidade de novas contratações é urgente. Os empregados da Caixa estão sobrecarregados e sabem da sua responsabilidade e do papel fundamental que a Caixa representa para os cidadãos brasileiros”, destacou Takemoto.

Com um propósito diferente dos Bancos privados, a Caixa é a maior articuladora de políticas públicas, de inclusão social, serviços e cidadania. A instituição atendeu mais de 100 milhões de brasileiros por meio do pagamento dos auxílios emergenciais. 

Para a moradora do Rio Grande do Norte, Ana Carolina Duarte Brilhante, de 39 anos, o auxílio emergencial lhe proporcionou a sobrevivência do dia a dia. “Nunca vivemos dias tão difíceis como os atuais. No momento em que várias portas se fecharam, o auxílio emergencial, que cai na conta do Caixa Tem, está sendo responsável por garantir as coisas mais básicas, o alimento e o aluguel. Sou trabalhadora informal e os meses que fiquei sem esta ajuda, precisei de ajuda dos familiares. Por isso, estamos sofrendo com a diminuição do valor e acredito que ele deve permanecer até quando tudo isso passar”, disse Ana.

Segundo a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara, o Banco público sozinho, garantiu comida na mesa dos brasileiros e brasileiras de todo o país, mas a grandeza deste trabalho não está sendo reconhecida pela atual gestão da estatal. “Os colegas da Caixa reconhecem o papel do banco para combater a desigualdade e a injustiça social. Os empregados arriscam suas vidas e de seus familiares porque sabem da importância do auxílio emergencial para a vida das pessoas. É um trabalho gigantesco e que não pode ser explorado de forma desumana. Os empregados merecem respeito e o aumento do quadro de funcionários é necessário para diminuir o estresse e o adoecimento da categoria”, avalia a dirigente. 

Tema de audiência pública 

A contratação de mais empregados para o banco público foi o tema de audiência pública, do dia 12 de abril de 2021. Na avaliação dos parlamentares e representantes dos empregados da Caixa, a redução de funcionários faz parte da política de desmonte adotada pelo governo federal, a fim de justificar a privatização da empresa, que tem sido essencial durante todo o período pandêmico causado pela Covid-19. Na ocasião, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães não compareceu para esclarecer o desmantelamento da estatal. 

De acordo com a Fenae, de 2014 para cá, a Caixa perdeu mais de 20 mil empregados e as contratações anunciadas recentemente pela direção do banco não repõem nem 15% desse déficit. “Não basta anunciar a abertura de centenas de agências, é preciso mostrar soluções para suprir o déficit de empregados”, disse Takemoto.

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Número de empregados não supre a demanda 

De acordo com dados divulgados pela Caixa, o banco ampliou 130 novas unidades, em 128 municípios diferentes. Com a expansão da rede, a Caixa vai atuar em todos os municípios com mais de 40 mil habitantes. Serão, no total, 4,3 mil unidades próprias, entre agências e unidades especializadas de atendimento. A Caixa conta, ainda, com 8.985 correspondentes Caixa Aqui; 13.226 unidades lotéricas, 2 agências-barco e 8 agências-caminhão.

Entre as unidades de atendimento, 43 estarão no Nordeste, 33 na região Norte, 20 na Centro-Oeste, 20 no Sudeste e 14 na região Sul. Já as unidades especializadas no agronegócio, 18 estarão no Centro-Oeste, 12 no Sudeste, 12 no Sul, 5 no Nordeste e 4 na região Norte. 

Fonte: Fenae